Genealogia da Família
Eller
(Navio do Século XIX, foto meramente ilustrativa)
PARTIDA
DO PORTO DE DEN HELDER EM AMSTERDAM - HOLANDA: 23/07/1823
CHEGADA
NO RIO DE JANEIRO:07/01/1824
E
de Conrad Meyer a descrição das peripécias da viagem do Argus.
“O
navio enfrentou longos temporais que inutilizaram seus mastros obrigando a um
retorno ao porto de Texel, onde 26 colonos homens, mulheres e crianças fugiram
a um novo embarque.
É
o próprio Meyer quem descreve “nossa segunda partida, não foi mais feliz que
a primeira. Cruzamos durante alguns dias o Canal da Mancha e fomos forçados uma
segunda vez por ventos a arribar a Cowes na Ilha Wiglot. A nossa terceira
partida, parecia mais favorável do que o das duas primeiras. Mas logo grandes
furacões nos lançaram na Baia de Biscaia e mais tarde nas Costas de Mandragora
na África; só depois de infinito atraso conseguimos chegar a Tenerife (Santa
Cruz)”.
Em Santa Cruz, houve nova compra de
água e provisões mas já sem Conrad Meyer, que se transferira para o Paquete
inglês Eclipse, seguiu o Argus para o Rio de Janeiro em Dezembro de 1823.
Meyer chegara um pouco antes e
apresentava um detalhado relatório às autoridades locais. Assim a 7 de Janeiro
de 1824, dias depois da chegada de Conrad Meyer, o Ministro Carvalho e Mello, ao
responder aos ofícios de Schaeffer prometia-lhe o envio de fundos destinados à
colonização dizendo: “Entretanto tendo aqui já chegado, Conrad Meyer com
a conta das despesas que fizera na Comissão de vir acompanhado os trezentos
alemães por Vossa Mercê enviados para este Império.Sua Majestade Imperial não
só mandou prontamente pagar-lhe, mas deu todas as providências para o bom
recebimento e comodidade dos ditos colonos alemães, como a Vossa Mercê constará
pelas cópias inclusas e Diários do Governo”.
Conrad Meyer foi o relator dessa
viagem, da qual participara até Tenerife, Prestando informações
personalizadas e agrupadas em três listas, que estão aqui anexadas. Elas foram
feitas com cuidado e nos dão uma visão mais exata sobre esses colonos enviados
por Schaeffer.
Eram 300 emigrantes declarados por
ele e por Schaeffer, mas as listagens nem sempre conferem entre si como
analisamos no núcleo deste trabalho.
A
individualização dos passageiros do Argus com listas e informações, além
das fichas preparadas por nós, assegura-nos uma perspectiva bem abrangente
sobre a vinda dos colonos alemães para Nova Friburgo.
José Antônio Soares de Souza sob o
título “Os Colonos de Schaeffer em Nova Friburgo” organizou listas com os
passageiros e suas várias procedências. Os originários de Hesse são quase na
sua totalidade passageiros do Argus e formaram o núcleo principal dos alemães
de Nova Friburgo, desatendendo-se às promessas iniciais de Schaeffer de fixá-los
nas colônias prometidas por ele, perto de Viçosa e de Caravelas.
O autor englobou no primeiro quadro
os emigrantes de 1ª e 2ª listas de Meyer, quase todos vindos do mesmo lugar,
com a única diferença do pagamento integral ou não das passagens (1ª e 2ª
listas) e a total ausência de pagamento (3ª lista).
De Oldemberg, foi bem menor o número
de lavradores que figuram nas duas primeiras listas de Meyer. Em compensação,
consta o nome de vários artistas como os qualificava Schaeffer com profissão
definida.
É interessante notar que há um número
maior de mulheres neste grupo, incluindo Margarida Becker que viajou só, com os
filhos e sem profissão.
No terceiro grupo, observa-se uma
grande diversidade quanto à origem; comparando-se as listas de Meyer, nota-se
que neste 3º grupo só dois não pagam integralmente suas passagens. Têm
profissões mais definidas e urbanas; observa-se ainda inexplicavelmente, um
grande número de ourives. Em número maior são solteiros e comprometidos com o
serviço militar.
Aliás sobre esse assunto, existem
documentos que comprovam que os colonos vindos para servir o exército tiveram suas
passagens pagas pelo governo brasileiro. Há um despacho muito claro do Ministro
Carvalho e Mello que mais tarde seria o Visconde da Cachoeira, datado de 21/01/1824,
onde declarava que não era intenção do governo obrigar os colonos que vieram
à sua custa, servir ao Brasil. (Biblioteca Nacional – Seção de Manuscritos
11,34,22,18).
Num
último agrupamento feito em “Os Colonos de Schaeffer em Nova Friburgo” há
a listagem dos que da última relação de Meyer se destinaram a servir o exército,
num total de 29 homens mais o médico, todos com o transporte pago. Eram
chamados colonos de 1ª classe. Antes eram minoria, mas logo transformam-se em
maioria, sobrepujamdo os de 2ª classe; todos solteiros entre 18 e 40 anos de
idade.
Hamburgo
58 Adolphe Meyer, médico.
Hesse
59
Conrad Heerd, alfaiate;
60
Jean Klein, alfaiate;
61
Daniel Schaeffer, vidraceiro;
62 George Blaess, barqueiro;
63 Pierre Grieb, moleiro;
64 Bernard Schmidt, carpinteiro;
65 Eberhard Schmidt, lavrador;
66 Conrad Ott, lavrador;
67 George Nanz, lavrador;
68 André Schneider, lavrador;
(Dos
nomes de família destes recrutas vindos de Hesse, vê-se que deviam ser
parentes dos colonos que constam na lista nº 1, originários também do Hesse).
Hanover
69 Gerard Will, encadernador.
Baviera
70 J. A. Nehwein, cordoeiro.
Prússia
71 Leopold Berkle,
relojoeiro;
72 Antoine Schröder,
relojoeiro;
73 Louis Baumbach, lavrador;
74 Auguste Bullrich,
caixeiro;
75 Christian Ziegler,
caixeiro;
76 H. Steegner, sapateiro;
77 Mathieu Steiben,
sapateiro.
Wittemberg
78
Ulrich Haeberle, caixeiro;
79
C. Schmitting, padeiro;
80 Christian Moll, alfaiate;
81 Guillaume Zaeb,
oficial (militar);
82 C. Niethammer, boticário.
Hungria
83 J. S. Juraz, ourives.
Holanda
84 Jean Plevotz, sargento.
(Conservamos
os nomes dos alemães como os escreveu Meyer traduzindo, no entanto, a profissão).
França
85 A. P. Damerval, carpinteiro;
86 A. Louis Borde, carpinteiro.
Suécia
87 Tobie Fedberg.
O minucioso Conrad Meyer como vemos,
além de detalhar a viagem do Argus, também procurou analisar cada passageiro,
chamando a atenção para as situações mais importantes.
Ainda procurou
localizar fatos isolados e viajantes que retornaram a Alemanha como ele próprio,
arrolado como solteiro e constando na lista 3 – natural da Suíça; auto –
intitulado como “Cargadeur et Secretaire de Mr de Schaeffer”.
- Outra observação
de Meyer muito específica, refere-se a José Gross “como um dos condutores da
Colônia e homem muito honesto, podendo servir em caso de guerra. Fez despesas e
gastos em favor de vários passageiros indigentes montando segundo sua conta a
240 piastras e espera que o Governo queira restituir-lhe a dita quantia. Pagou
passagem como passageiro de proa mas tendo tido na qualidade de condutor
passagem num camarote, espera-se que o Augusto Governo Brasileiro bonifique o
Capitão do Navio Argus do acréscimo de 100 piastras”.
Foram-lhe restituídas
as 240 piastras em fevereiro de 1824, mas não foi aceito para o exército,
retornando à Europa. Segundo o ofício de Carvalho e Mello a Monsenhor Miranda
de 27/04/1824, Gross em 1826 retornou ao Brasil fixando-se no Sul do país.
Meyer ainda destaca
os mais e menos recomendável e damos essa informação como se acha no
original.
“OBSERVATION
GÉNÈRALE
les plus recommandables, parmi les émigrès allemands sont les nommés:
Werner, Zauback, schott, Riegel (excelle Chasseurs), Schwab, Fechter, Att,
Planck, et Schnepf –Les moye recommandables sont les nommés: J. N. Schneider,
Baum er femme, P. Klein, ª Dietrich, Junger e P. Grieb”.
(Biblioteca
Nacional – Seção de Manuscritos 11,24,22,15).
RELAÇÃO
DE PASSAGEIROS DO NAVIO ARGUS, –
3 LISTAS – FEITA POR CONRAD MEYER, COM AS OBERVAÇÕES PERTINENTES.
LISTA
Nº 1
EMIGRANTES
QUE PAGARAM AS PASSAGENS
Nº |
NOME |
PRENOME |
PROFISSÃO |
ORIGEM |
Nº
DEPENDENTES |
01 |
Fechter |
G. |
Lavrador |
Baviera |
1 |
02 |
Bourguignon |
Henrique |
“ |
Francfort |
1 |
03 |
Tinger |
Henrique |
“ |
Hesse |
6 |
04 |
Schott |
Henrique |
“ |
“ |
6 |
05 |
Müller |
Peter |
“ |
“ |
4 |
06 |
Berbert |
Peter |
“ |
“ |
3 |
07 |
Schwab |
Guilherme |
“ |
“ |
5 |
08 |
Grieb |
Balthasar |
Moleiro |
“ |
4 |
09 |
Eller |
Heinrich |
Padeiro |
Münzenberg
- Hesse |
7 |
10 |
Emmerich |
Jonas |
Moleiro |
Hesse |
5 |
11 |
Heinrich |
Jean |
“ |
“ |
2 |
12 |
Heinfelder |
C. |
“ |
“ |
5 |
13 |
Nanz |
Pierre |
“ |
“ |
4 |
14 |
Spamer |
Jacques |
“ |
“ |
4 |
15 |
Dorr |
Daniel |
“ |
“ |
5 |
16 |
Louback |
Werner |
Lavrador |
“ |
8 |
17 |
Doring |
Henri |
“ |
“ |
4 |
18 |
Diedrich |
Adam |
“ |
“ |
4 |
19 |
Kaiser |
Gaspard |
“ |
“ |
4 |
20 |
Klein |
Jacques |
“ |
“ |
7 |
21 |
Klein |
Pierre |
“ |
“ |
6 |
22 |
Klein |
Conrad |
“ |
“ |
7 |
23 |
Klein-jovem |
Jacques |
“ |
“ |
2 |
24 |
Schenckel |
Henri |
“ |
“ |
6 |
25 |
Rigel |
Conrad |
“ |
“ |
6 |
26 |
Hermann |
Nicolaus |
“ |
“ |
7 |
27 |
Winter |
Jacques |
Carroceiro |
“ |
6 |
28 |
Heringer |
Phil |
Alfaiate |
Oldenbourg |
2 |
29 |
Schwend |
George |
Lavrador |
“ |
5 |
30 |
Heiderich |
Charles |
“ |
“ |
3 |
31 |
Baum |
Henri |
“ |
“ |
5 |
32 |
Schneider |
Nicolau |
“ |
“ |
5 |
33 |
Klose |
I.
A. |
“ |
Prússia |
5 |
34 |
Kaspar |
Phil |
Ourives |
Oldenbourg |
2 |
35 |
Schnejof |
Guilherme |
Alfaiate |
Nassau |
5 |
36 |
Alt |
Pierre |
Cirurgião |
Prússia |
5 |
37 |
Ort |
Jean |
Lavrador |
Hesse |
2 |
38 |
Dault |
Margareth |
Viuva-costureira |
“ |
6 |
39 |
Projahn |
C. |
Mecânico |
Hamburg |
1 |
40 |
Peachr |
G.
M. |
Comissário |
Virtemberg |
1 |
41 |
Gross |
Henry |
Oficial |
Hesse |
1 |
|
|
|
Total
de pessoas |
177 |
OBSERVAÇÕES
DA LISTA Nº 1
Todos
os emigrados depois do nº 1 até o nº 37 (inclusive) são chefes de família,
trabalhadores. Eles trouxeram vários apetrechos necessários à agricultura.
Nada há que os desabone nem em suas atividades, nem em suas condutas, razões
pelas quais foram distinguidas pelo Imperador do Brasil.
Recomenda-se estes indivíduos a
benevolência do Augusto Governante e espera-se
que eles sem esquecer a velha pátria, se dediquem à nova. Eles não só
pagaram suas passagens como contribuíram com 240 piastras em favor dos que nada
tinham, assim como aos armadores do navio. Estes queriam pagamento pelo frete.
Eles esperam que o Governo lhes devolva essas 240 piastras que eles adiantaram
em favor de seus compatriotas e no interesse do Brasil.
EMIGRANTE
38 – Viúva Dault - Reclama da bondade do Governo, 100 piastras,
levando em conta que seu marido morreu antes do embarque na Europa e que os
armadores do navio não lhe devolvera a
quantia do frete da passagem que o marido suplicante tinha pago.
EMIGRANTE
39 – C. Projalm - Morreu na viagem 5ª Latitude Norte. Ele pagou sua travessia como
passageiro.
LISTA
Nº 02
EMIGRANTES
QUE PAGARAM PARTE DAS PASSAGENS
Nº |
NOME |
PRENOME |
PROFISSÃO |
ORIGEM |
Nº
DEPENDENTES |
42 |
Hoffmann |
G. |
|
Baviera |
1 |
43 |
Dorer |
Wilibald |
Carpinteiro |
“ |
3 |
44 |
Dratt |
Guilherme |
Lavrador |
Hesse |
4 |
45 |
Schneider |
Gaspard |
“ |
“ |
5 |
46 |
Schmidt |
Philip |
“ |
“ |
1 |
47 |
Bröder |
Conrad |
Carroceiro |
“ |
6 |
48 |
Ulrich |
Ernest |
Lavrador |
“ |
3 |
49 |
Reipert |
Charles |
“ |
“ |
3 |
50 |
Hans |
Henri |
“ |
“ |
5 |
51 |
Schwenck |
Charles |
“ |
“ |
8 |
52 |
Jungllut |
Johannes |
Ourives |
Oldenbourg |
4 |
53 |
Fals |
Charles |
“ |
“ |
6 |
54 |
Becker |
Marguerite |
“ |
“ |
2 |
55 |
Ulrich |
Philip |
Lavrador |
“ |
5 |
56 |
Baum |
Nicolas |
“ |
“ |
5 |
57 |
Heringer |
Jacques |
Ourives |
“ |
7 |
Segunda lista total 16 em + 68
dependentes = 84 pessoas.
OBSERVAÇÕES
DA LISTA Nº 2
Os
emigrantes da Lista nº 2 têm ainda um resto de frete a pagar no valor de 2.685
florins. A razão de 2½ florins por piastra, tem-se 1.070 piastras. São na
maior parte pais de família e laboriosos trabalhadores. Não possuem meios para
pagar o restante à Chancelaria de Assuntos Estrangeiros do Rio de Janeiro.
Esses indivíduos estão à disposição
do Governo que os fará trabalhar e assim lhes será descontada a soma que o
Estado deverá receber deles. Eu os recomendo de resto, como os emigrados da
lista 1 à bondade e alta consideração e proteção do Augusto Governo
Brasileiro. O Senhor Schaeffer se responsabilizou e assinou por estas pessoas na
Chancelaria de Assuntos Estrangeiros em Hamburgo a 18 de Julho de 1823, uma
cifra de 800 piastras.
LISTA
Nº 3
EMIGRANTES
ALEMÃES QUE NÃO PUDERAM PAGAR SUAS PASSAGENS E ESTÃO À DISPOSIÇÃO DO
GOVERNO BRASILEIRO (EXCEÇÃO 58 a
60).
Nº |
NOME |
PRENOME |
PROFISSÃO |
ORIGEM |
Nº
DEPENDENTES |
58 |
Meyer |
Adolphe |
Médico |
Suíça |
1 |
59 |
Sauerbronn |
Friedrich |
Pastor |
Hesse |
8 |
60 |
Meyer |
Adolph |
Doutor |
Hambourg |
1 |
61 |
Reigel |
Conrad |
Alfaiate |
Hesse |
1 |
62 |
Will |
Gerard |
|
Hannover |
1 |
63 |
Neerwem |
J.
A. |
|
Baviera |
1 |
64 |
Grieb |
Pierre |
|
Hesse |
1 |
65 |
Schmidt |
Berbard |
|
“ |
1 |
66 |
Schmidt |
Eberhard |
Lavrador |
“ |
1 |
67 |
Ott |
Conrad |
“ |
“ |
1 |
68 |
Nauz |
George |
“ |
“ |
1 |
69 |
Schneider |
André |
“ |
“ |
1 |
70 |
Klein |
Johannes |
Alfaiate |
“ |
1 |
71 |
Berkle |
Leopold |
|
Prússia |
1 |
72 |
Schröder |
Antoine |
|
“ |
1 |
73 |
Baumbach |
Louis |
Lavrador |
“ |
1 |
74 |
Haeberle |
Ulrich |
Comissário |
Virtemberg |
1 |
75 |
Bullrich |
Auguste |
“ |
Prússia |
1 |
76 |
Ziegler |
Christiano |
“ |
“ |
1 |
77 |
Steigner |
H. |
|
“ |
1 |
78 |
Steiben |
Mathieu |
|
“ |
1 |
79 |
Niethammer |
C. |
Boticário |
Virtemberg |
1 |
80 |
Schaeffer |
Daniel |
Vidraceiro |
Hesse |
1 |
81 |
Schmitting |
C. |
Padeiro |
Virtemberg |
1 |
82 |
Fedberg |
Tobie |
|
Suécia |
1 |
83 |
Moll |
Cristiano |
Alfaiate |
Virtemberg |
1 |
84 |
Juraz |
D.
E. |
|
Hungria |
1 |
85 |
Blass |
George |
|
Hesse |
1 |
86 |
Zack |
Guilherme |
Oficial |
Virtemberg |
1 |
87 |
Prevotz |
Johannes |
Sargento |
Holanda |
1 |
88 |
Demerval |
|
|
França |
1 |
89 |
Borde |
A.
Z. |
|
França |
1 |
|
|
|
Total
de pessoas |
39 |
OBSERVAÇÕES DA LISTA
Nº 3
Os fretes das
passagens da lista nº 3 – estão autorizados por Major Schaeffer, sob o
controle da Chancelaria de Assuntos Estrangeiros no Rio de Janeiro e calculados
em piastras – 1.000 e 2.800 – 18 de Julho de 1823 – Ass. Hambourg.
EMIGRANTE
59 – F. Saurbronn - “Pastor da Colônia Alemã, pagou parte de sua transferência para
o Brasil, vendendo um bom lugar que tinha em sua pátria. Ele é acompanhado por
numerosa família e se coloca à disposição do Governo, esperando que as
promessas que lhe foram feitas na Alemanha sejam cumpridas completamente.
Ignora-se se suas reivindicações são verdadeiras e se ele tem condições
de reclamar. Não o conhecendo pessoalmente, não é possível falar mal ou bem
de seu caráter e de sua moral”.
EMIGRANTE
60 – A. Meyer -
“Foi engajado por Major Schaeffer em nome do Governo Brasileiro,
com a promessa de fazê-lo, cirurgião-mor que inclui os privilégios e salário
que no Brasil, já percebe outro cirurgião-mor, incluindo ainda a possibilidade
de ficar no Brasil ou voltar comigo à Europa, com todos os fretes pagos.
Esse jovem é meu irmão, e por isso não posso recomendá-lo, já que
minha atuação poderá parecer parcial.
Permito-me somente observar o bom estado de saúde que todos os
emigrantes desfrutam falando pois a seu favor, e não tornando injusto fornecer
ao Doutor uma pequena gratificação análoga aos serviços eminentes que ele
realizou”.
EMIGRANTE
61 E 62 – Conrad Reigel e Gerard Will – “Fizeram toda a viagem na cozinha,
onde serviram a todos os passageiros, tendo aos mesmos sentindo a necessidade de
lhes prometer uma bonificação de 10 piastras e um pagamento de soldado a cada
um deles”.
Observação
- “Os emigrantes da lista nº 2
devem ainda completar um restante de frete de 2.680 florins (à razão de 2½
florins por piastra = 1.070 piastras).
São na maior parte dos casos, pois de família e lavradores, não tendo
meios de pagar seus fretes de passagens inteiros. Pedem assim a Major Schaeffer
que lhes seja pago o restante de seus fretes pela Chancelaria de Assuntos
Estrangeiros no Rio de Janeiro. Esses indivíduos ficarão a disposição do
Governo que os fará trabalhar, devendo ser reembolsados pelo seu trabalho com a
soma que o Governo decidir lhes dar. Eu os recomendo, assim como os da lista nº
1 e peço alta proteção do Augusto Governo Brasileiro.
Ao Major Schaeffer responsável por todos e à Chancelaria de Assuntos
Estrangeiros na data de 18 de Julho de 1823 – Hamburgo – com soma de 800
piastrras”.
Conrad Meyer
“Eu espero que o Governo leve em consideração os serviços que esses
indivíduos prestaram a todos os passageiros, e mande pagar a pequena gratificação
que eu reclamo em seu favor”.
EMIGRANTE
86 – G. Zack - “Serviu a civis e militares. Eu desejo remunerá-lo de um modo ou
de outro. Não podendo pagar sua travessia e tendo tido como meu companheiro de
quarto, suplico ao Governo de pagar por ele ao capitão do navio Argus, o frete
estipulado de 160 piastras.
Todos os indivíduos desta lista nº 3 não puderam pagar seus fretes de
travessia e o Sr. Major Schaeffer apresentou seus fretes à Chancelaria de Negócios
Estrangeiros no Rio de Janeiro, colocando-se os mesmos à disposição do
Governo Brasileiro. Vários entre eles são agricultores, outros artistas e
alguns mais militares, mas todos estão prontos a servir à armada brasileira
com todo o prazer, e ao Imperador D. Pedro I.
Eu os recomendo muito particularmente e estou persuadido que eles se
mostrarão dignos da benevolência do Governo, qualquer que seja a maneira pela
qual os senhores quererão emprega-los”.
Conrad Meyer
A Imigração Alemã para Nova Friburgo